Um Homem no centro de uma praça chamada Liberdade: Salgueiro Maia
O que é? Como é? Por que motivo é? É – um programa radiofónico transmitido na Emissora das Beiras (das 20 às 24h, de 2ª a 6ª). Como é? – já falamos. Por que motivo é? – porque sim.
sexta-feira, 25 de abril de 2008
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Ruas de Viseu, caminhos de vida
  
Ou então, que suba a Rua Formosa, ladeada por casas de comércio tradicional e edifícios Arte Nova. O Mercado Municipal projectado por Siza Vieira completa o retrato.
Transversal à Rua Formosa, eis a Rua do Comércio onde o trato educado dos comerciantes é tão antigo como o tempo e como a honradez deles. 
Ao lado da Rua do Comércio, a Rua Direita com lojas “à moda antiga” e mercadorias à porta para aliciar quem passa. 
 Ambas as ruas desaguam na Praça D. Duarte, 11º Rei de Portugal, que do alto da sua estátua vigia a Rua Augusto Hilário, conhecido fadista, expoente máximo do fado e da canção de Coimbra, falecido com apenas 32 anos de idade. Com a mesma idade morreu Augusta Cruz, cantora lírica, que, antes de dar nome à rua vizinha, percorreu os palcos de Itália, Polónia, México, Cuba e Brasil.
Espreite, na Rua D. Duarte, a mais bela janela manuelina da cidade, que o cónego Pêro Gomes de Abreu mandou rasgar no século XVI. 
Da Praça D. Duarte ao Adro da Sé é um pulinho. A Sé Catedral, o Cruzeiro, o Museu de Arte Sacra, a Igreja da Misericórdia, o Museu de Grão Vasco e a Fonte das três Bicas regalam-lhe o olhar antes de chegar ao Largo do Pintor Gata (que se chamou em vida José d´Almeida Furtado, 1778 – 1831), e encontrar a Porta do Soar, não sem antes ter passado pela Capela Nossa Senhora dos Remédios. 
 
domingo, 20 de abril de 2008
Sinfonias de Alice Campos
Dissonâncias
eu sou dos cães o latir, da idade o pressentir e do sonho o resistir. venho debaixo do seio por este meio no leito do teu peito. eu quero dizer o sabor da fruta, ser-lhe polpa e caroço, mordê-la antes de ti. vou da tua boca à beira de outra boca, à beira de outro ser. as minhas filhas são as que das outras bocas nascem, as que dos outros seres se inventam. guardada atrás dos olhos sou-lhes o brilho, a serena expressão das águas. fechada dentro da mão sou a palavra inquieta, os dedos do afecto. e, se de um extremo ao outro da terra, houver uma árvore descalça, sou um segredo do vento, uivo à solidão. eu sou o nome das ruas, a dor das escadas, a inaudível flor nocturna. em mim, existem os astros, as areias minúsculas, todas as coisas divinas e nauseabundas. de prostituta a santa, eu posso ser a alma do mar, o que religa o céu aos desenhos das crianças. no ventre das cidades, das temperaturas registadas no teu corpo, eu sou a dança. eu sou o mito das canções. chamo-me voz.
Esta poeta tem que dizer: Alice Campos