
O que é? Como é? Por que motivo é? É – um programa radiofónico transmitido na Emissora das Beiras (das 20 às 24h, de 2ª a 6ª). Como é? – já falamos. Por que motivo é? – porque sim.
quinta-feira, 31 de julho de 2008
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Folhas no Outono
Mas que sei eu das folhas no outono
ao vento vorazmente arremessadas
quando eu passo pelas madrugadas
tal como passaria qualquer dono?
(Ruy Belo)
Os versos ainda não estão prontos, menina
A beldade da minha vida é ter da tristeza a beleza.
É achar bonita a arqueocartografia de cada dia.
(Daniel Abrunheiro)
segunda-feira, 28 de julho de 2008
sábado, 26 de julho de 2008
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Outro que está "disponível", por Manuel António Pina
domingo, 20 de julho de 2008
sexta-feira, 18 de julho de 2008
terça-feira, 15 de julho de 2008
Vaca arouquesa pariu três bezerros
Nasceram no dia 12 de Maio e são os "meninos dos olhos" de Olinda Gonçalves e do seu neto Roberto.
Os três bezerros, motivo de visita dos populares que vão "ver para crer" aquilo que consideram um fenómeno, até já têm nome: Rafaela, Bonifácio de Bostarenga, em homenagem a um vizinho de infância de Olinda que "era muito reguila", e Joaquim do Porrim, para lembrar um "pobre triste e honesto, mas muito pândego", que os pais de Olinda ajudavam.
Habituada a lidar com gado desde pequena, a dona da vaca arouquesa e dos seus rebentos nem queria acreditar quando, na manhã do dia 12 de Maio, começaram a nascer os vitelos. " A vaca começou com as dores e chamámos logo o veterinário. Depois de nascerem os primeiros dois, ele botou a mão para ver se havia mais alguma coisa. Até ficou amarelo quando sentiu o terceiro bezerro", conta, orgulhosa, a dona dos animais. "Não pensei que sobrevivessem. Andava tão aflita que nem dormia. Vinha vê-los às cinco da manhã", confessa.
Apesar de se queixar do "muito trabalho" que lhe dão os trigémeos, Olinda Gonçalves não cabe em si de contente. Sobretudo pelos netos, que não saem de lá de casa para poderem brincar com os bichos. Alimentados com o leite da mãe, os três irmãos bebem ainda do biberão que Roberto, o neto de Olinda Gonçalves, emprestou para os alimentar. "Mamam quatro biberões de manhã e quatro à noite", diz a agricultora, aproveitando para se queixar do atraso dos apoios do Estado: " Estou a dever dinheiro e não há meio de chegar o subsídio. As terras agora não dão nada", diz. Mas logo se esquece do dinheiro para voltar a falar dos "pequenitos" e da sua corajosa mãe. "Coitadinha. Nunca caiu. Aguentou-se. Os bezerrinhos é que eram muito pequenos quando nasceram, mas agora já estão mais gordinhos", conta.
Na localidade de Carvalhais, no concelho de S. Pedro do Sul, há agora autênticas romarias. Ninguém quer acreditar quando houve falar da vaca que pariu três vitelos. O certo é que, quando chegam ao quintal de Olinda Gonçalves, podem vê-los e deliciar-se com as cabriolices dos pequenos animais.
Veterinário vai realizar estudo
Fernando Delgado, veterinário e professor da Escola Superior Agrária de Coimbra, diz que os casos de nascimento de dois bezerro são relativamente vulgares. "Um parto triplo, porém, não é comum", diz o médico. E revela: "Na Escola Superior Agrária de Coimbra vamos tentar fazer um estudo genético e reprodutivo, acompanhando mãe e crias, visando essencialmente a cariotipagem (despitagem de possíveis alterações genéticas que possam explicar o fenómeno) e possíveis alterações hormonais".
sábado, 12 de julho de 2008
sexta-feira, 11 de julho de 2008
A Branca de Neve
A Bela Adormecida
quinta-feira, 10 de julho de 2008
quarta-feira, 9 de julho de 2008
A Senhora da Tabacaria
"A Esquina"
terça-feira, 8 de julho de 2008
segunda-feira, 7 de julho de 2008
domingo, 6 de julho de 2008
Bandas filarmónicas do distrito de Viseu
Em Portugal, não há festa que se preze que não inclua uma filarmónica. À passagem da banda, as janelas abrem-se de par em par, transeuntes param para vê-la passar, aficionados seguem atrás dela pelas ruas. Aprumados, os executantes seguem, em formatura, exibindo os seus instrumentos dourados e prateados. O naipe de metais à frente – bombardinos, fliscornes, trompetes, clavicornes, trompas, trombones, contrabaixos e tubas, todos instrumentos de sopro. O das madeiras na retaguarda – flautins, flautas, oboés, cornes ingleses, fagotes, contrafagotes, requintas, clarinetes e saxofones, ordenados da frente para trás e do mais grave para o mais agudo. No meio a percussão – caixas, pratos, bombos e liras mantêm, a compasso, a unidade rítmica do conjunto. A banda toca para as pessoas. A banda toca as pessoas. É assim em todo o País. É também assim em Penalva do Castelo.
Da história da banda
Com mais de 150 anos – não há certezas a respeito da data da sua fundação –, a Banda Musical e Recreativa de Penalva do Castelo nasceu à sombra da casa da Ínsua. Rezam algumas crónicas que, no ano de 1850, João de Albuquerque e Cáceres, fidalgo dessa casa senhorial, contratou José Maria Lopes para administrar a propriedade. Pessoa intimamente ligada ao ensino da arte musical, não como profissional mas como entusiasta e conhecedor da arte musical, o feitor propôs aos patrões ensinar música aos serviçais durante as horas vagas. Os fidalgos não só consentiram como compraram os instrumentos com que a banda passou a animar as ruas da vila, adoptando, então, o nome Filarmónica da Casa da Ínsua, com os músicos a ostentar na lapela da farda a Flor-de-Liz, símbolo dos Albuquerque. João Caetano da Fonseca músico da Banda do Regimento de Infantaria 14 de Viseu assumiu a regência da filarmónica da Casa da Ínsua, depois da morte do fundador. No País viviam-se tempos conturbados, com a monarquia a passar por um período de grande instabilidade. Em finais do séc. XIX, as correntes de pensamento Regeneradora e Progressista deram origem a dois partidos com o mesmo nome. Os ecos da situação política nacional repercutiram-se na banda, provocando uma ruptura e consequente divisão da filarmónica em duas facções: a Progressista, conhecida na terra como a Rabuda, por os executantes usarem uns “pendericos” na boina, e a Peniqueira, apelidada assim porque as boinas dos músicos “tinham a forma de um penico”. Todavia, estas desavenças foram de curta duração. Constituídas as duas facções por familiares que se misturavam, quer numa quer noutra, foram os laços familiares a promover a união, em 1885 segundo uns e em1891 segundo outros, fortificando as estruturas da banda. O filho do fidalgo João de Albuquerque Cáceres continuou a obra do seu pai, dando também grande incentivo à filarmónica, auxiliando-a materialmente com instrumentos e fardas, transformando-a numa banda organizada e cuja reconhecida competência profissional foi altamente classificada em certames musicais em que participou ao longo dos anos.
Integração da Banda Filarmónica de Penalva do Castelo na Legião Portuguesa
Devido às condicionantes políticas e sociais da época, a banda ingressou na Legião Portuguesa e tomou o nome de Banda Distrital da Legião Portuguesa, começando a ser dirigida pelo conhecido e distinto musicólogo Almeida Campos, tendo como subchefe António de Almeida Sales e como director Casimiro da Costa Martins.
Ao longo dos anos, foi objecto dos mais diversos nomes, tais como Associação Instrutiva e Recreativa de Penalva do Castelo, Associação Musical e Recreativa de Penalva do Castelo e
Banda Distrital da Legião Portuguesa de Viseu.
O 25 de Abril e a extinção da Legião Portuguesa
A filarmónica de Penalva esteve cerca de 40 anos ligada à Legião Portuguesa como banda distrital. Depois do 25 de Abril e com a extinção da Legião Portuguesa, termina uma das muitas etapas percorridas. A banda voltou a passar por alguns períodos difíceis e, nessa altura, com a multiplicação dos agrupamentos musicais ligeiros, sofreu um novo colapso. Não fosse a carolice de alguns, teria sido extinta. Consegue, novamente, sair da crise, tendo como regente o Padre Manuel Messias. Em 5 de Maio de 1977 foi constituída, por escritura pública, a Banda Musical e Recreativa de Penalva do Castelo. Desde então, muitas foram as equipas que dirigiram a filarmónica. Entre 1978 e 1979, foi Sérgio Ferreira Eusébio, emigrante regressado da América, que orientou os destinos da instituição. De 1980 a 1981, Alexandre Ferreira da Cruz, um elemento da Guarda Nacional Republicana, foi o nomeado. A presidência mudou de novo em 1982, com o industrial José de Frias Clemente a assumir o cargo até 1983. Em 1984, a banda sofreu novas eleições, tendo como resultado a nomeação de António José Pires, professor do ensino básico, que se manteve no lugar de presidente até 1997. Em 1998 houve novo sufrágio, que colocou António Maria Silva, professor de música, na cadeira da presidência durante um ano. A partir do ano 2000, foi Gabriel de Albuquerque Costa quem presidiu à direcção da filarmónica até 2004. A banda entrou, nessa altura, num vazio directivo que durou cerca de um ano, tendo sido criada, em Janeiro de 2005, uma comissão administrativa composta apenas por músicos e liderada pelo actual presidente da direcção, Anselmo Sales, que ganhou as eleições no mesmo ano.
De casa em casa

Também as sedes da instituição foram mais que muitas, chegando a haver uma que se desmoronou sem nunca receber a actuação da filarmónica. A Banda Musical e Recreativa de Penalva do Castelo ensaiou na antiga Casa do Povo, no rés-do-chão de uma casa particular, num pré-fabricado, num armazém e numa escola. A actual sede começou a ser construída em 1993, sendo apenas inaugurada em 2005 pela actual direcção, depois de sofrer novas obras. Contudo, a filarmónica de Penalva do Castelo tem hoje uma casa digna onde funcionam os ensaios e os espectáculos da banda e uma escola de música, que ensina às crianças e jovens do concelho de Penalva aquela que é considerada a primeira das sete artes. Dificuldades financeiras Durante a sua existência, a banda passou por momentos de grandes dificuldades económicas, chegando quase à extinção. É conhecida em Penalva do Castelo uma história acerca de uma fase do seu declínio. Segundo se conta, foi entre 1932/36, período em que o País atravessava também inúmeras dificuldades de ordem política e social. Uma das causas apontadas para a decadência da filarmónica foi a dificuldade de substituir os elementos que emigravam para o estrangeiro em busca de melhores condições de vida. A banda ficou reduzida a poucas figuras e havia cada vez mais atritos entre os raros músicos que restavam. A filarmónica estava agonizante e, para muitos, morta, faltando apenas enterrá-la. Então, numa Terça-feira de Carnaval, organizou-se um grupo com a finalidade lhe fazer o enterro. O grupo percorreu a vila sob o olhar acabrunhado da maioria da população. “A cerimónia fúnebre estava completa: caixão, padre, caldeirinha da água benta (...). Um pano preto envolvia o caixão, dizendo ‘ Pela alma da Banda de Castendo’. Os músicos que restavam, velhos e novos, uniram-se durante a noite e, ao romper da aurora, na quarta-feira de cinzas, a Banda de Castendo ressurgiu e fez com que todos os Penalvenses saíssem à rua para aplaudi-la”, como consta dos arquivos da instituição. Actuações em Portugal A primeira actuação fora de Penalva do Castelo data de 1904, ano em a banda participou no Festival Musical da Figueira da Foz, onde se reuniram doze filarmónicas. E a estreia não poderia ser melhor, já que conquistou o primeiro prémio. Do ano de 1949, existe uma fotografia tirada no Buçaco, possivelmente por se ter realizado alguma actuação, mas não há informação específica. O dia 6 de Janeiro de 1954 foi um grande momento para Penalva do Castelo e para a sua banda, que com a respectiva actuação engrandeceu a inauguração do Hospital da Misericórdia da vila. No dia 26 de Setembro de 1954, outro momento alto desta colectividade: participou num concerto na Feira de S. Mateus, que, segundo alguns jornais da época, foi muito elogiado pelo público, quer pelo seu reportório diversificado, quer pela perfeição da sua execução. No dia 11 de Outubro de 1997 participou no 1º Encontro de Bandas Civis de Belas. A 15 de Novembro de 1998 tomou parte no II Encontro de Bandas Filarmónicas. No dia 10 de Setembro de 2000 participou no Encontro Distrital de Bandas Filarmónicas. E a 4 de Novembro de 2000 foi convidada a participar no XXIII Encontro de Bandas Civis em Abrantes.
Internacionalização da banda

Em 1979, verificou-se a internacionalização da Banda Musical e Recreativa de Penalva do Castelo com uma viagem aos Estados Unidos da América, entre os dias 8 e 26 de Junho, incluída nas Comemorações do dia 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. A deslocação aos Estados Unidos da América foi promovida pelos Amigos de Penalva, radicados na Nova Inglaterra. A filarmónica contou com a presença de trinta e três músicos, do seu regente padre Messias e do dirigente Alexandre Cruz. Entre outras actuações, deslocaram-se a Cumberland (actualmente geminada com a vila de Penalva do Castelo), a Powtuckey, a Providence e ao Connecticut. O ano de 1992 foi outra data muito importante para o reconhecimento internacional da filarmónica de Penalva: recebeu o convite para se deslocar a Espanha, à cidade de Teruel, incorporada nas festividades comemorativas do aniversário do casamento de D. Duarte e de D. Teresa, sob o título genérico VIII Muestra Internacional de Folclore . Com uma semana dedicada à cultura portuguesa, a Banda Musical e Recreativa de Penalva do Castelo representou Portugal e mereceu referências elogiosas dos espanhóis, tendo tido honras de transmissão televisiva. Em 2000, foi convidada a realizar uma viagem ao Brasil entre 30 de Novembro e 15 de Dezembro. Esta visita foi realizada a convite da Casa de Viseu, no âmbito do V Centenário da Comemorações do Descobrimento do Brasil. Da banda do presente Actualmente a Banda Musical, Recreativa e Cultural de Penalva do Castelo conta com cerca de 40 elementos músicos, entre os oito e os 60 anos, tendo atingido o número máximo com 46 elementos, que continuam a preservar a cultura popular portuguesa e a divulgar e honrar o nome de Penalva do Castelo.